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Michele Petry

Carnaval em Madureira (1924), de Tarsila do Amaral


Tarsila do Amaral. Carnaval em Madureira, 1924. Óleo sobre tela, 76 x 63,5 cm. Fundação José e Paulina Nemirovsky, em comodato com a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Fonte: Site Tarsila do Amaral. ©Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos Ltda.


Possível símbolo do encontro entre Tarsila do Amaral e Cendrars, do encontro consigo mesma e com uma arte brasileira fora do país de origem, assim como da viagem de Cendrars ao Brasil e de ambos ao Carnaval no Rio de Janeiro, a Torre Eiffel, com seus múltiplos significados e contradições, aparece na obra Carnaval em Madureira como referência à alegoria da Torre Eiffel construída no bairro Madureira, no Rio de Janeiro, em 1924. Uma fotografia recuperada por Fernando Oliva para o Catálogo Tarsila Popular (2019) apresenta o registro da “réplica”, a qual foi publicada na Revista Careta sob o título E’cos do Carnaval.


Carnaval em Madureira está exposta na Pinacoteca: Acervo (2020-2025), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em diálogo com obras de Djanira da Motta e Silva, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, entre outras. É tema, ainda, de um desenho de Tarsila do Amaral e de uma gravura realizada por Boris Arrivabene (1922-2000) a partir da sua obra, em 1970, com tiragem de cinquenta exemplares. Na pintura a cores ou no desenho e na gravura em escala de cinza, a aura festiva da imagem pode ser capturada por meio dos elementos da composição, sendo a torre alegórica o principal deles, encarnação da festa, da subversão, do riso. As bandeirolas e pessoas em movimento, com adereços, também proporcionam vivacidade e alegria à cena. Ao fundo, a paisagem com casas, morros, pedras e palmeira imprime a marca tarsiliana que será matéria de outras produções.

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