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  • Michele Petry

Morro da Favela (1924), de Tarsila do Amaral


Tarsila do Amaral. Morro da Favela, 1924. Óleo sobre tela, 64,5 x 76 cm. Coleção Hecilda e Sergio Fadel.

Fonte: Site Tarsila do Amaral. ©Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos Ltda.


Morro da Favela também é uma obra de Tarsila do Amaral que está relacionada à viagem que a artista realizou com Blaise Cendrars, Olívia Guedes Penteado e Oswald Andrade ao Rio de Janeiro, no Carnaval de 1924. A pintura apresenta elementos semelhantes aos percebidos no plano de fundo de Carnaval em Madureira, à exceção da Torre como referência à réplica realizada no bairro de Madureira e da temática explícita do Carnaval, como a natureza que se impõe de forma exuberante, os casarios, as pessoas e os animais em atmosfera familiar. Aracy Amaral afirma que “[...] Tarsila registraria em inúmeros desenhos os passeios cariocas, os quais mais tarde desenvolveria em telas (como Morro da Favela, tão querida de Cendrars” (AMARAL, 2021, p. 51). Essa obra foi apresentada ao público em Paris, na exposição de 1926, e por meio das associações a ela presentes no Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral (2008), conduz a um conjunto pouco conhecido de desenhos a grafite e crayon que compõem a série Carnaval no Rio de Janeiro, com 18 obras que trazem características desse festejo, da cidade ou da viagem: o carro de corso/desfile, pessoas na rua, fantasias, escolas de samba, igrejas, casas, dona Olívia. Pueblito (Morro da Favela II), de 1945, será uma versão da tela tecnicamente executada de forma bastante distinta, com traços, cores e formas imprecisos, mais orgânicos do que definidos na sua estética moderna anterior.


Morro da Favela pode sugerir, pelo cotidiano mais trivial que apresenta (as roupas no varal, crianças paradas observando ou brincando, os animaizinhos), um retorno ao lar, próprio interior da artista, onde ela revisita, talvez, memórias da sua infância.

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