Revista DasArtes (2016)
Rolf Behm
Fonte: AM Galeria
Diz Walter Benjamin, sobre o olhar para uma fotografia, que “o observador sente a necessidade irresistível de procurar nessa imagem, a centelha do acaso, do aqui e agora”. Da mesma forma, poderia sentir-se o observador diante de uma obra do artista alemão, Rolf Behm (1952), que integra a sua mais recente série, intitulada “Naturezas mortas-bagagens”.
Exposta na capital mineira, entre outubro e novembro de 2016, sob a curadoria de Emmanuelle Grossi, trata-se de dez pinturas selecionadas de uma mostra realizada anteriormente na Alemanha. Dispostas em três espaços distintos da galeria, elas estão, porém, ligadas elegivelmente umas às outras por meio de uma triangulação visual. Tal disposição permite ver de perto, e também à distância, os motivos centrais do conjunto: as malas, bagagens de mão, repositórios de objetos, lembranças e histórias.
Fazendo uso de uma paleta de cores em que predominam os tons de azul, verde e laranja, o artista sinaliza para uma correspondência entre elas e os objetos representados. As colagens de papel sobre as telas parecem reforçar, ainda, a tentativa de alcançar a densidade e, pelo contraste, a transparência dos objetos, os quais inibem ou permitem a radiação, tal como em uma máquina de raios X.
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