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Michele Petry

Sonia Gomes: ainda assim me levanto (2019), exposição no Masp e Casa de Vidro/Instituto Bardi

Revista DasArtes (2019)


Museu de Arte de São Paulo.

Fonte: Masp.


Janelas expostas, sem cortinas, no subsolo do Masp e no alto da Casa de Vidro, como queriam Sonia Gomes (1948) e Lina Bo Bardi (1914-1992). Duas artistas de origens diferentes, uma europeia e outra latino-americana, porém, ambas ligadas ao universo da cultura popular brasileira. As artes de fazer do povo são valorizadas nesses espaços que convidam Sonia Gomes a expor e a criar com eles. Suas obras com e sem títulos da série Raiz, Pendentes e outras “costuras, amarrações, tecidos e rendas diversos sobre arame e madeira” (2018) são elaboradas a partir de uma estreita relação com a arquitetura do local: instalações que se fundem com a terra, no emaranhado de tecidos e troncos, também se impõem no concreto do edifício e no mobiliário que o habita.


São como fragmentos de corpos em um balé, cristalizando posições. Lembram Pina Bausch e Niki de Saint Phalle, mas também algo de Klimt. Esparramam-se, contorcem, lançam, agitam, tencionam, resistem e prendem nos movimentos uma verborragia visual que quase explode, contida pelo fechamento das formas no interior da sua plasticidade. Contudo, funcionando como cavaletes de vidro, as obras de Lina, o Museu de Arte (1947) e a Casa de Vidro (1951), permitem a Sonia romper com os limites dessa materialidade, alastrando a completude dos gestos de modo integral para o exterior. Crescem com a arquitetura, do subsolo para os pavimentos superiores, das salas para os jardins.


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