top of page
  • Michele Petry

Tarsila do Amaral e o Carnaval no Rio de Janeiro em 1924 (2024)

Revista DasArtes (2024)


Tarsila do Amaral. Carnaval em Madureira, 1924. Óleo sobre tela, 76 x 63 cm. Fundação José e Paulina Nemirovsky, em comodato com a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Fonte: Site Tarsila do Amaral. ©Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos Ltda.


O ano de 1924 foi muito profícuo para Tarsila do Amaral (1886-1973), a artista produziu 261 obras, entre as quais Auto-retrato I, A Cuca, A Feira I, São Paulo (Gazo), Anjos. Desse período também datam pinturas e desenhos elaborados a partir de uma viagem ao Rio de Janeiro, no Carnaval, com Blaise Cendrars (1887-1961), Olívia Guedes Penteado (1872-1934) e Oswald de Andrade (1890-1954).

 

“Às vésperas do Carnaval, os modernistas planejaram de imediato uma novidade: passar o Carnaval no Rio de Janeiro para que Cendrars pudesse apreciar a famosa festa popular” (AMARAL, 2003, p. 148).

 

O carnaval era entendido por Tarsila do Amaral, na primeira metade do século XX, como “loucura coletiva, alegria desbragada, transbordamento de recalques entre gritos alucinantes, gargalhadas estrepitosas, pandeiros frenéticos, roncos de tambores, requebros suarentos, vaivéns de serpentinas, confetes chuviscando cores milionárias” (AMARAL, 1937 apud BRANDINI, 2008, p. 200). Na crônica Carnaval, Tarsila do Amaral recupera a história do evento na Europa e registra as suas impressões sobre o caso brasileiro, uruguaio e argentino: “O carnaval do Rio de Janeiro, de Montevidéu e de Buenos Aires repercutiu pela Europa, com grande fama, há uns 50 anos. [...] Hoje o carnaval brasileiro, ou antes, o carnaval carioca, empolga pelo deslumbramento de seu aparato, pelo contágio da sua alegria louca, os estrangeiros que atravessam o Atlântico para se integrar ao delírio de três dias, vividos fora do mundo” (AMARAL, 1937 apud BRANDINI, 2008, p. 202).


Comments


bottom of page