Revista Estado da Arte (2022)
Museu de Arte de São Paulo. Tarsila Popular, 2019.
Fonte: Masp, 2022.
Há três anos, no dia 28 de julho de 2019, encerrava a exposição Tarsila Popular no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com a curadoria de Adriano Pedrosa e de Fernando Oliva, seguindo as exposições Tarsila Viajante, com a curadoria de Regina Teixeira de Barros, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina), em 2008, e, Inventing Modern Art in Brazil, com a curadoria de Stephanie D’Alessandro e de Luis Pérez-Oramas, no Art Institute of Chicago, em 2017, e no The Museum of Modern Art (MoMA), em 2018. Primeira mostra no Brasil dedicada à Tarsila do Amaral (1886-1973) após um intervalo de dez anos, Tarsila Popular realizou a importante tarefa de reunir e apresentar ao público, em solo brasileiro, parte da obra da artista, ao mesmo tempo em que trouxe novas possibilidades de interpretação por meio, particularmente, da sua expografia.
A montagem de A Negra (1923) entre Auto-retrato (Manteau rouge) (1923) e Auto-retrato I (1924) no painel principal da sala de entrada, e do Retrato de Oswald de Andrade (1923) e do Retrato de Mário de Andrade (1922) na mesma sala, mas em um painel lateral, colocou destaque nas figuras femininas, alinhando a exposição a um eixo temático do museu para aquele ano – o de Histórias das mulheres, histórias feministas. Ainda que haja distinção entre os apagamentos e silêncios na história sobre essas duas mulheres, lado a lado, elas expõem feridas da sociedade moderna e colonial, permitindo refletir sobre o lugar que ocupam na vida e na arte.
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